Bizarrice Mundana

Celebração do hilariante e bizarro quotidiano

segunda-feira, dezembro 19, 2005

Pseudo-História

Outrora em tempos de sentimentalismos expostos, de companheiros fanáticos, de construção de casais amantes de atributos e características aprazíveis, apareceram diante dos nossos olhos duas personagens de uma ficção jamais vista. Uma ficção que mistura o que de real há na ilusão com o devaneio de dois indivíduos alcoolizados por um bebida que jazia na sua fermentação à cinco anos.
Narsa González e Limbo cruzaram-se nos corredores da mente de pensadores obtusos e apareceram representados num dito quarto 206. Como todas as relações impostas por esta sociedade, o início deste devaneio foi marcado por alguma tensão e competição idealizada por ambos, em que pensaram defrontar-se numa luta idílica com a subjugação do Limbo perante um super-herói, personagem sempre amada entre todos. A subjugação foi esquecida e as duas personagens aderiram a uma competição de consumo de álcool no seu estado mais bárbaro, competição esta que nenhum dos dois tinha “consciência social” de existir.
No fim desta história o super herói acabou subjugado pelos poderes da arrematação do corpo e da mente por parte do teor alcoólico que jazia no seu sangue, acabou por ser espancado pelo seu adversário que teimava na regurgitação do seu oponente na peça de porcelana onde sentamos diariamente os nossos cus, porém Narsa González assentou sobre o lavatório de modo a poder cair perante poderes ocultos enquanto visionava no espelho um tal grau de degradação que o fez repensar sobre o seu modo de vida, prometendo futuras sobriedades que aparecem incrédulas aos nossos olhos cépticos de uma ficção nunca antes conseguida.



LIMBO aparece diante do NARSA utilizando as suas principais armas: a utilização fluente de crioulo, uma procura pela mota da Telepizza, o desmontar da carteira, e um revólver de plástico apontado ao chão.


NARSA domina o LIMBO com o seu poder de retórica, conhecimento cultural vasto adquirido nos livros que amou durante a sua existência, e um músculo sobre-desenvolvido no braço esquerdo resultante da prática constante de ninetismo com a canhota.

NARSA GONZÁLEZ mostra sua presença momentos antes de ser dominado pelo álcool em excesso no sangue, jazendo na sua cama quando o seu adversário continuava a sua luta contra a falta de miminhos.

Uma noite daquelas

Embora a relevância para este blog seja discutível, não podia deixar passar em claro o meu dia/noite de hoje. Como senão bastasse a confirmação de ter que passar a partir de quarta feira 6 dias na longínqua terrinha denominada de Muxagata em que a pasmaceira é uma religião, e de ver que não me encontrava em condições de fazer o trabalho de Estados, Nações e Nacionalismos a algumas horas de o ter que entregar, eis que, quais cerejas no topo do bolo me surgem duas notícias/acontecimentos. Primeiro descubro que a rapariga que eu curto ( a primeira em longos meses) tem namorado, e depois como se tudo isto fosse insuficiente para um dia só, consigo cometer a proeza de no betandwin.com perder 30 euros em 2 horas.

sexta-feira, dezembro 09, 2005

Século XXI

Ainda o século XXI é uma criança e já o preconceito está maduro e o aparente é poderoso. Espectros e estigmas pairam sobre as nossas cabeças, pressões sociais e anomia psicológica fazem a sociedade caminhar para a epidemia do século XXI como alguém um dia prognosticou : a depressão. A nossa sociedade é aquela em que ao abraçarmos um amigo, estamos a correr o risco de sermos confundidos com gays, aquela em que acarinhando uma criança que não seja o nosso filho faz de nós um potencial pedófilo, aquela em que se estás a ficar gordo ou com entradas te faz invadido pelo pânico, aquela em que se os teus amigos acham uma rapariga repugnante, tu já não andas com ela, aquela que te faz mais do que nunca sentir medo de falhar e seres o último da cadeia. Ficas com medo de tropeçar em público, de ter o cabelo mal penteado, de ter a roupa cagada, ficas mais triste se disserem que és feio do que se disserem que és desinteressante. Tudo isto é mais importante do que a nossa essência. Será que estamos a exigir muito dos outros e de nós próprios?